O que é Hebiatria?

Hebiatria é uma palavra de origem grega que significa medicina da juventude. Refere-se a deusa Hebe, a deusa grega da juventude, filha de Zeus e de Hera.
No Brasil, embora ela exista há mais de 30 anos, ainda é pouco conhecida. É reconhecida pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Médica Brasileira como área de atuação em Pediatria. O termo mais usado atualmente , é Medicina do Adolescente. Somos pediatras que se dedicam à assistência , ensino e pesquisa da saúde do adolescente.

A adolescência é uma fase caracterizada por intensas mudanças biopsicossociais . O período de transição do fim da infância até a entrada no mundo adulto. A Organização Mundial da Saúde definiu os limites dos 10 aos 20 anos incompletos de idade. Mais atualmente, com as modificações psicossociais e de algum atraso no desenvolvimento da autonomia, os cuidados estendem-se até 24 anos englobando o termo antes utilizado de "juventude".

A Medicina do Adolescente , do ponto de vista assistencial simplificadamente, baseia-se em três pilares :

Promoção de saúde.

Tratando e prevenindo doenças desta faixa de idade. Como acne, distúrbios do ciclo menstrual, alterações ortopédicas, entre outras. Monitora o desenvolvimento físico, nutricional e o crescimento, diagnosticando precocemente problemas relacionados a puberdade e a estatura, indica vacinas específicas, muitas vezes desatualizadas. Doenças crônicas não transmissíveis , são causa importante de morbimortalidade no mundo todo e também no Brasil. Doenças Cardiovasculares, Diabetes, Hipertensão, Obesidade e Dislipidemia agora atingem também a adolescência . A evolução de métodos para o diagnóstico precoce e novas abordagens terapêuticas possibilitou, nas últimas décadas, a sobrevida das crianças cardiopatas, diabéticas, com doenças hematológicas, reumáticas ou renais que então, atingem adolescência. O médico de adolescentes trabalha em conjunto com os demais especialistas, oferecendo atenção global aos adolescentes nestas condições, facilitando questões como adesão e interação da doença crônica com a adolescência.

Promoção de autonomia

Os desafios que os adolescentes enfrentam com a transição para vida adulta, entre outros, estão àqueles relacionados à qualidade de vida, educação, sexualidade, perspectivas de futuro financeiro e profissional que são em muito influenciados pela sua condição de saúde. Cada indivíduo percebe estes desafios conforme seu patrimônio social, cultural e afetivo. A Medicina de Adolescente entende todo este processo dando protagonismo aos jovens, ajudando-se a perceberem-se como sujeitos de suas vidas, assumindo gradativamente o cuidado com saúde.

Prevenção de riscos

Socialmente eles passam a viver afastados da proteção dos pais . Cada vez mais precocemente expostos à situações de violência urbana , ao uso da internet e mídias sociais. O médico de adolescente contribui , sem fazer o papel dos pais, com o desenvolvimento de mecanismos de autoproteção , discute escolhas saudáveis e autônomas . E, entendendo particularidades das relações sociais, com o grupo de amigos, oferece espaço nas consultas para conversar sobre a experimentação de drogas, o início da sexualidade, a prevenção de DST-doenças sexualmente transmissíveis, de gravidez indesejada e o aparecimento de distúrbios alimentares e psíquicos. O médico de adolescentes atua favorecendo o desenvolvimento de instrumentos próprios para lidar com a estas situações.

São consultas mais longas , em privacidade , em ordem de estabelecer vínculo de confiança entre o médico e o adolescente. Os pais podem estar seguros que estarão sempre informados quando por qualquer motivo , a saúde de seus filhos estiver sob ameaça. E sempre convidados, quando necessário, a participarem do tratamento deles.